Eu não gosto de fazer post pra reclamar da vida. Quando a gente tá muito zicada, doente, sem grana, morando embaixo da ponte o melhor a fazer é tocar pra frente e fazer algum movimento pra ver se consegue sair do buraco o mais rápido possível. Mas às vezes reclamar da vida é uma tentação irrefreável e dividir as lamúrias com os outros um baita alívio. Mas só às vezes. Depois que eu li o comentário da minha amiga Ju e conversei com Mari – e as duas disseram quase a mesma coisa: ‘o blog tá sem post, você sumiu…’ – achei que podia escrever um pouquinho das zicas dos últimos dias. Mas só porque a essas alturas já estou bem melhor e tudo entra nos eixos – porque nem a maior zica do mundo dura para sempre, certo?
Fato é que meu dente – aquele – infeccionou pela raiz antes que eu pudesse começar a tratá-lo. Na verdade, tinha começado um pré-tratamento, estava tomando um antiinflamatório quando o rosto inchou e a coisa ficou bem feia pro meu lado. E isso não é uma metáfora. Sabem o Kiko daquela série trash de TV, o Chaves? Eu fiquei parecendo a irmã dele. E ainda tendo que aturar o Guilherme tirando onda da minha cara; mãe sofre, viu. Também tive febre, fiquei de cama uns bons três dias. Hoje, quase uma semana depois, estou bem melhor, não sinto mais nada e o rosto quase que desinchou totalmente.
O ruim disso tudo foi ter perdido um dia inteiro do congresso no qual eu estava escalada para trabalhar – já que colocaram meu nome na lista da comissão organizadora e isso conta pontinhos pro Lattes… Acabei indo só na sexta, depois da análise, mas procurei ajudar em tudo o que pude. Monitorei duas sessões de comunicações, fiquei vigiando porta e controlando o barulho numa sessão plenária, fiquei um pouco na recepção dos congressistas, enfim: tentei justificar ao máximo o meu nominho naquela lista. Antes disso já tinha feito um trabalho mais burocrático e ido a algumas reuniões. Então, pra quem teve o ano mais cheio de turbulências como eu (acho que mais do que eu só a minha amada Lia), está bem bão. Não apresentei nada esse ano, até porque sem patrocínio (aka, bolsa de pesquisa) fica bem difícil. Um dia eu conto aqui a novela que foi o cancelamento da minha bolsa de pesquisa pela universidade na qual eu faço o doutorado. Que foi algo tão bizarro que me pergunto se isso aconteceria em qualquer outro lugar do mundo. E antes que me perguntem, não a minha universidade não é federal, mas privada E católica. Já viram, né.
Então, crianças, eu não viajei, eu não morri, eu não surtei. Eu só venci mais um dos inumeráveis obstáculos desse ano, que eu espero ver pelas costas em breve.
Até porque meu ano novo será cheio de coisas boas e belas, macias e encantadoras. Chega logo, 2009.